terça-feira, 30 de janeiro de 2007

O Diálogo

Fê Cunha
As vezes vale a pena escrever sobre as coisas que podem parecer banais, pois a banalidade com que lidamos com conceitos nos tira a possibilidade de reinventar a nossa própria história.

Uma expressão que até já entrou em todas as banalidades é o diálogo, você acha que não? Atualmente em problemas familiares, sociais e demais casos onde haja relacionamento de idéias, todo mundo coloca a culpa no diálogo. “Com diálogo a gente resolve”, sem ao menos saber o que é diálogo, sem ao menos saber encontrar o verdadeiro espírito da conversa consigo mesmo, sem pensar em ceder em algumas idéias para que possa haver o acordo mútuo e pensando apenas em si mesmo.

Na parte de relacionamentos, homem e mulher, os consultórios de psicologia estão sempre lotados de queixas de rigidez de conceito e da complexidade de se rever posições, pois o discurso é sempre de que as relações são competições e mudar de opinião geralmente é confundido com capitulação.

Contudo, o que se percebe, na maioria dos casos, é a eclosão de tudo o que não foi dito no decurso da relação.

E, se as pessoas se gostam e se desejam, por que a belicosidade? Nessa sociedade em que ainda hoje apresenta homens e mulheres como concorrentes acaba se utilizando desse espaço para mostrar um ao outro o sonho da superioridade, num eterno jogo de sedução e sujeição.

E, quando há competição, com certeza não existe o amor, que representa paz, serenidade e o encontro com o outro.

Engana-se quem pensa que diálogo é apenas uma conversação estabelecida entre duas ou mais pessoas, ele é acima de tudo uma chance, uma oportunidade de fazer as coisas andarem as claras, para o mesmo lado, no mesmo sentido da vida, das idéias, dos objetivos, das vontades, do desejo e principalmente da felicidade.

Falar de questões delicadas que podem melindrar ou nos colocar cara a cara com nossas dificuldades, fragilidades e erros são os grandes nós das relações. Questões muito comuns e que, apesar da apologia que se faz do diálogo, muitas vezes são encobertas pelo silêncio.

Uma coisa importantíssima nisso tudo e que faz diferença, é a conversa consigo mesmo. Muitas pessoas reclamam que não há diálogo em sua vida familiar - marido, esposa ou filhos. Mas quando perguntamos se conversam consigo mesmas, fazem uma expressão de interrogação, como se dissessem: "Eu não sou louco!", ou ainda: "É necessário?". É importante e muito. Antes de desejarmos mais diálogo com outras pessoas, que acredito ser de fundamental importância para a comunicação e entendimento, precisamos aprender a desenvolver o diálogo interno, ou seja, conversar consigo mesmo.

A conversa consigo mesmo em uma relação a dois, é o passo mais importante para obter o autocontrole de suas ações. Você pode fazer esse diálogo escrevendo, falando alto ou em silêncio, o importante é conversar, conversar muito e assim ir identificando seus reais sentimentos e tudo que quer e não quer para você.

Portanto muito mais do que palavras, o diálogo sincero, objetivo e depois de realmente saber o que busca, é um estímulo para um encontro verdadeiro dos desejos que, ao caminharem para o mesmo destino se sustentarão numa troca constante. E, certamente, as diferenças de quaisquer ordens perderão o sentido competitivo e a cumplicidade será a força motriz para resgatar aspectos e sensações que ficaram perdidas pelo caminho.

“A felicidade vem para aqueles que choram;
Para aqueles que se machucam;
Para aqueles que buscam e tentam sempre;
E para aqueles que reconhecem a importância
das pessoas que estão em suas vidas“

ps.: * A foto é a melhooooor, hauauhaua*

2 comentários:

Anônimo disse...

Agora tu não tem mais motivo para reclamar!!!! hehehehhe
Tô aqui ô!!!!

:p

Como eu sempre digo: Grande Fê! Parabéns pelos textos.

E tenho dito.
Beijos

Anônimo disse...

E fernando eu acho que vc escolheu a provissão certa parabens pelos textos depois eu retorno para ler melhor blz